quarta-feira, 2 de março de 2016

Na beira do rio


 - Estamos em constante evolução. 

 Descrevemos detalhadamente processos em escala microscópica; outros, sequer podemos ver perceber. Conhecemos também eventos a distâncias inimagináveis. A barreira do visível não existe mais. 

Prevemos o clima, abalos sísmicos, eventos cósmicos. 
Sabemos "tudo" sobre comportamento; formamos profissionais aptos para analisar e ajudar pessoas em em seus incontáveis tipos de conflito. 

Nos comunicamos a distâncias e velocidades espantosas. Avanços na medicina, nem se fala! Somos espetaculares! 

Não vemos os tons expressos no fim de tarde. Esquecemos de devolver os sorrisos que nos foram emprestados. O umbigo é o nosso ponto de referência para não nos perdermos. 
Não apreciamos mais a meia luz. Corremos. 

O abraço e o aperto de mão estão caindo em desuso. Estar na frente é sempre prioridade. 

 - Estamos em constante afastamento. Uns dos outros, e, principalmente, de nós mesmos.

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